Mobilidade automóvel e ambiente: serão os automóveis eléctricos a via para uma solução definitiva? O caso da Costa Rica

Resumo

A Costa Rica é considerada um país aberto à mobilidade privada de veículos eléctricos. Graças à promulgação de incentivos políticos, houve um aumento significativo de carros elétricos para uso diário, com pouco mais de 14.000 carros estimados até julho de 2024 (de acordo com o MINAE, sem contar motocicletas, veículos especiais ou de trabalho). Este crescimento é impulsionado em parte pela ligação ao conceito de emissões zero de CO₂ e, talvez ainda mais, pelo marketing que destaca a perceção de poupança de combustível e custos mais baixos nos lubrificantes derivados. O objetivo é responder: O que foi previsto nesta nação no que diz respeito aos futuros impactos ambientais de uma eventual produção em massa de carros usados ou recuperados quando são gerados resíduos químicos como o cobalto, o níquel ou o lítio? Isto motivou uma investigação de tipo descritivo, apoiada numa extensa literatura e em dados oficiais publicados por agências de energia, bem como em contributos de partes interessadas nacionais e internacionais, que levaram à construção de resultados baseados em dados estatísticos oficiais e em experiências em países como a Alemanha, especialmente na gestão de resíduos de baterias de iões de lítio. O que vamos descobrir com este artigo levanta uma questão crucial para um país que se gaba de ser amigo do ambiente, dentro de um quadro político que ainda não foi desenvolvido para valorizar todo o ciclo de vida destes materiais.